ABDois ex-diretores do grupo Americanas, investigados pela Operação Disclosure da Polícia Federal (PF), foram incluídos na lista de Difusão Vermelha da Interpol. Conforme a PF, ambos estão foragidos no exterior.
A inclusão dos nomes na lista significa que as polícias internacionais são notificadas da busca pelo Brasil e podem prender os indivíduos, caso optem por isso.
Os ex-diretores, cujas identidades não foram divulgadas, são acusados de participar em fraudes contábeis que somam R$ 25,3 bilhões. Além dos mandados de prisão preventiva, a operação desta quinta-feira (27) cumpriu 15 mandados de busca e apreensão, além do sequestro de bens e valores totalizando mais de R$ 500 milhões.
As investigações, realizadas com a colaboração da atual diretoria do grupo Americanas, também contaram com o apoio do Ministério Público Federal (MPF) e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Segundo a PF, os ex-diretores realizaram fraudes contábeis relacionadas a operações de risco sacado, onde a varejista antecipava pagamentos a fornecedores através de empréstimos bancários.
O grupo Americanas, em comunicado, reiterou sua confiança nas autoridades e afirmou ter sido vítima de uma fraude perpetrada pela antiga diretoria. A empresa afirmou que os ex-diretores manipularam intencionalmente os controles internos. "A Americanas acredita na Justiça e aguarda a conclusão das investigações para responsabilizar judicialmente todos os envolvidos."
O Ministério Público Federal (MPF) formalizou um acordo de colaboração premiada com dirigentes da empresa interessados em colaborar com as investigações. Houve também intensa cooperação com um comitê externo constituído pela empresa para apurar as fraudes.
O MPF informou que, em junho de 2023, a empresa comunicou oficialmente ao mercado a descoberta de inconsistências nas demonstrações financeiras, reforçando a existência da fraude contábil.
