27/06/2024 às 08h20min - Atualizada em 27/06/2024 às 08h20min

Polícia Federal cumpre mandados de prisão contra ex-diretores da Americanas

PF
Agência Brasil

Nesta quinta-feira (27), a Polícia Federal, em colaboração com o Ministério Público Federal, deflagrou a Operação Disclosure. A ação mira ex-diretores da Americanas (AMER3) por fraudes contábeis que, conforme informado pela própria empresa, somam R$ 25,3 bilhões. A investigação também contou com apoio técnico da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

A operação mobilizou cerca de 80 policiais federais que cumpriram dois mandados de prisão preventiva e 15 mandados de busca e apreensão nas residências dos ex-diretores da Americanas, localizadas no Rio de Janeiro. A Justiça Federal também determinou o sequestro de bens e valores desses ex-diretores, totalizando mais de meio bilhão de reais.

Segundo o g1, o ex-CEO Miguel Gutierrez e a diretora Anna Saicali já são considerados foragidos. Outros alvos incluem Anna Christina Soteto, Carlos Eduardo Padilha, Fabien Picavet, Fabio Abrate, Jean Pierre Ferreira, João Guerra Duarte Neto, José Timotheo de Barros, Luiz Augusto Henriques, Marcio Cruz Meirelles, Maria Christina do Nascimento, Murilo dos Santos Correa e Raoni Lapagesse Franco, conforme informou a Folha de S. Paulo. A PF não divulgou os nomes dos alvos da operação desta quinta-feira.

Os mandados foram expedidos pela 10ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. As investigações, que contaram com a colaboração da atual diretoria da Americanas, revelaram que os ex-diretores praticaram fraudes contábeis relacionadas a operações de risco sacado, onde a varejista antecipava pagamentos a fornecedores por meio de empréstimos bancários.

Também foram identificadas fraudes em contratos de verba de propaganda cooperada (VPC), geralmente utilizados no setor para incentivos comerciais, mas que, neste caso, incluíam VPCs fictícias.

"A investigação revelou ainda fortes indícios da prática dos crimes de manipulação de mercado, uso de informação privilegiada ('insider trading'), associação criminosa e lavagem de dinheiro", destacou a PF em comunicado. Caso sejam condenados, os envolvidos poderão cumprir pena de até 26 anos de reclusão.

A expressão "disclosure", muito utilizada no mercado financeiro, refere-se ao ato de fornecer informações para todos os interessados na situação de uma companhia, promovendo a transparência sobre a situação econômica da empresa.


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