01/06/2024 às 12h25min - Atualizada em 01/06/2024 às 12h25min

Um em cada três brasileiros entre os mais pobres deixam de comprar comida para pagar luz

Contec
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Uma pesquisa inédita do Instituto Pólis revelou que um número alarmante de famílias brasileiras está comprometendo sua renda mensal para pagar as contas de luz e gás. De acordo com o estudo, 36% das famílias gastam metade ou mais da metade de sua renda apenas para arcar com esses custos.

Entre a população mais pobre, que possui renda familiar de até um salário mínimo e faz parte das classes D/E, a situação é ainda mais preocupante. Cerca de 30% dessas famílias deixam de comprar alimentos básicos, como arroz, feijão, café e açúcar, ou reduzem o consumo desses itens para conseguir pagar as contas de energia elétrica.

A pesquisa também revela que, entre as famílias mais vulneráveis, 6 em cada 10 afirmam que a conta de luz de sua residência está atrasada. No cenário geral, 35% das famílias decidiram reduzir ou deixar de comprar alimentos básicos e bens de consumo, como roupas e eletroeletrônicos, para conseguir quitar a conta de luz. Além disso, metade das famílias afirma que, caso houvesse uma redução na tarifa, utilizariam a verba excedente para alimentação.

A pesquisa mostra ainda que o peso do gasto com eletricidade é menor para aqueles que possuem renda acima de cinco salários mínimos. Apenas 16% dos entrevistados nesse segmento afirmaram ter metade ou mais da metade de sua renda comprometida com a despesa. Já entre aqueles que recebem até um salário mínimo, esse índice chega a 53%.

A disparidade social e racial também é evidente quando analisamos os dados da pesquisa. Segundo o levantamento, 68% das pessoas negras estão com a conta de luz atrasada, enquanto entre os brancos esse índice cai para 31%.

Quando observamos as regiões do país, a pesquisa aponta que as regiões Norte e Nordeste são as mais afetadas pelo comprometimento da renda familiar com os gastos energéticos. Cerca de 53% dos nortistas e 45% dos nordestinos afirmam ter metade ou mais da metade do orçamento dedicado a essas despesas.

A pesquisa também revela que a Tarifa Social de Energia Elétrica é vista como insuficiente por 57% da população para diminuir o peso da energia elétrica no orçamento das famílias mais pobres. Além disso, 89% dos entrevistados defendem que impostos e encargos da conta de luz sejam utilizados para subsidiar programas voltados à universalização do acesso à energia elétrica.

Esses dados preocupantes mostram a urgência de políticas públicas efetivas para combater a alta carga de gastos com energia elétrica que afeta as famílias brasileiras, especialmente as mais vulneráveis. O Instituto Pólis continuará seu trabalho de pesquisa e discussão sobre essas questões sociais urbanas, buscando soluções para garantir o acesso à energia elétrica de forma justa e equitativa.
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