Um projeto de lei visa proibir a criação e comercialização de cães braquicefálicos, como Shih Tzu, Buldogue francês e Pug, no Brasil. Esses cães, por terem focinho "achatado", sofrem de dificuldades respiratórias, cansaço fácil e problemas de saúde mais graves.
Alessandra Karina da Silva Fonseca, médica-veterinária e coordenadora técnica do CRMV-SP, explica que esses cães têm maior predisposição a hipertermia, bronquite, asma e problemas dentários devido à sua anatomia. Além disso, os olhos expostos causam secura ocular e outros traumas.
O deputado Nilto Tatto (PT-SP) apresentou o Projeto de Lei 433/2024, argumentando que a criação desses animais causa sofrimento. Caso aprovado, a medida não afetará quem já possui esses cães.
No ano passado, a deputada Duda Salabert (PDT-MG) também propôs um projeto de lei semelhante, prevendo punições para a venda ou criação de animais com características físicas prejudiciais.
O Conselho Federal de Medicina Veterinária, no entanto, não considera a proibição eficiente, destacando desafios na identificação e destino dos animais existentes e o risco de introdução clandestina das raças. A entidade sugere que a iniciativa seja acompanhada de orientações técnicas e medidas para garantir o bem-estar dos animais.