02/06/2024 às 14h42min - Atualizada em 02/06/2024 às 14h42min

Estudo revela que crianças confiam mais em robôs do que em humanos

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Um estudo publicado na revista Computers in Human Behaviors sugere que crianças podem confiar mais em robôs do que em humanos. O levantamento envolveu 111 crianças com idades entre 3 e 6 anos, e revelou que elas demonstraram uma preferência por acreditar nos robôs e aceitar mais facilmente quando esses cometem erros.

Conforme reportado pelo portal Science Alert, os pesquisadores buscaram entender como as crianças recebem informações de diferentes fontes. "A questão é: como as crianças escolhem com quem aprender quando confrontadas com testemunhos conflitantes?", escreveram os autores do estudo.

Metodologia do Estudo

As crianças foram divididas em grupos e assistiram a vídeos de robôs e humanos rotulando objetos – tanto objetos familiares quanto novos, cujos nomes as crianças não conheciam. A confiabilidade dos humanos e dos robôs foi testada ao dar nomes incorretos a objetos familiares, como chamar um prato de colher. Dessa forma, os pesquisadores puderam manipular o senso de confiança das crianças.

Resultados

Nos casos em que tanto os humanos quanto os robôs se mostraram igualmente confiáveis, as crianças tendiam a preferir perguntar aos robôs os nomes de novos objetos e aceitar seus rótulos como precisos. Além disso, elas eram mais propensas a preferir os robôs quando questionadas sobre com quem compartilhariam segredos, de quem gostariam de ser amigas e quem gostariam de ter como professores.

"As conceituações das crianças sobre os agentes que cometeram erros também diferiram, de modo que um ser humano não confiável foi selecionado por fazer as coisas de propósito, mas não um robô não confiável", explicaram os pesquisadores. "Essas descobertas sugerem que as percepções das crianças sobre a confiabilidade de um robô são separadas da avaliação de sua conveniência como parceiro de interação social e de sua agência percebida", acrescentaram.

Limitações e Futuras Pesquisas

Os pesquisadores não perguntaram às crianças por que elas confiavam mais nos robôs do que nas pessoas. Além disso, interações de vídeo nem sempre refletem com precisão as interações do mundo real, sendo necessário um estudo envolvendo interações ao vivo para confirmar esses resultados.

"O que há exatamente no robô que o torna preferível permanece uma questão em aberto", concluíram os pesquisadores.

Implicações

Este estudo levanta questões importantes sobre o crescente papel da tecnologia na vida das crianças e a potencial influência dos robôs como fontes confiáveis de informação. Com o avanço da inteligência artificial e a popularização dos robôs, entender a dinâmica dessa confiança será crucial para desenvolver tecnologias que sejam seguras e benéficas para o desenvolvimento infantil.


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