A Universidade Estadual de Maringá (UEM) tomou uma medida importante e inovadora ao anunciar que os banheiros femininos em seu campus estarão disponíveis para todas as pessoas que se identificam com o gênero feminino, independentemente de sua fisiologia. Essa decisão, marcada por placas informativas nas portas dos banheiros, gerou debates acalorados na comunidade acadêmica e na sociedade em geral.
Por um lado, há quem aplauda a medida, destacando a inclusão e o respeito à identidade de gênero como um passo essencial para a igualdade. Movimentos sociais e ativistas dos direitos LGBTQIA+ ressaltam que essa iniciativa é um avanço na luta contra a discriminação e pela dignidade das pessoas trans. Segundo esses grupos, garantir o acesso aos banheiros conforme a identidade de gênero é uma questão de direitos humanos e de respeito à diversidade.
Por outro lado, algumas pessoas expressam preocupação com a nova norma, principalmente no que diz respeito à privacidade e segurança nos ambientes íntimos. Para muitas mulheres, a ideia de compartilhar o banheiro com pessoas de fisiologia masculina, ainda que se identifiquem como mulheres, causa desconforto e insegurança.
A UEM, ao responder às críticas, enfatizou que a instalação das novas placas faz parte de um esforço maior para combater a transfobia dentro da universidade. A instituição mencionou que pelo menos 150 banheiros no campus serão equipados com placas educativas, reafirmando que "transfobia é crime" e lembrando a todos sobre a legislação que assegura o direito das pessoas trans de usarem os banheiros de acordo com sua identidade de gênero.
Essa decisão não inclui a implementação de fiscalização específica para garantir o cumprimento da norma, confiando na conscientização e no respeito mútuo entre os membros da comunidade universitária. A reitoria explicou que essa medida foi motivada por denúncias de casos de transfobia, incluindo pichações ofensivas nas portas dos banheiros femininos, relatadas por pelo menos dez mulheres trans.
O debate em torno dessa mudança na UEM reflete a complexidade das questões de gênero na sociedade contemporânea, evidenciando a necessidade de diálogo, educação e compreensão mútua.